Coringa Vilão ou Vítima? por Leo Imamura
Coringa Vilão ou Vítima? por Leo Imamura
Coringa, no original em Inglês, Joker, é uma produção norte-americana que conta a origem do famoso arquirrival de Batman.
Arthur Fleck tinha um sonho: ser um comediante de stand up.
No entanto, como sua carreira não deslanchava, Arthur precisava trabalhar como palhaço, onde atuava em diferentes eventos, desde lançamentos de produtos até hospitais infantis.
Com um distúrbio neurológico que o fazia rir em situações de alteração emocional, Arthur Fleck é acompanhado por um serviço de assistência social que fornecia medicamento para a sua enfermidade.
Mas a questão central é: o que representa a transformação de Arthur em Coringa numa sociedade disfuncional como a de Gothan City, que representa as grandes aglomerações urbanas existentes ao redor do mundo?
O que é mais importante: a condicionante ou o objetivo?
Será sobre esta questão crucial que discutiremos neste nosso encontro na Vida Kung Fu.
Coringa, personagem criado por Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson, é um conhecido criminoso das Histórias em Quadrinhos.
Sua capacidade de se mover em situações caóticas, ilógicas para a maioria das pessoas, leva a ideia de contrariar o consenso ao seu extremo.
No filme Coringa, dirigido por Todd Phillips, somos apresentados a uma visão humana do criminoso e como uma sociedade disfuncional pode adoecer ainda mais um individuo já doente.
Não há dúvida que uma sociedade doente produz pessoas doentes
E o Coringa passa a ser um porta-voz de uma sociedade doentia que precisa ser curada.
Ele é apenas um resultado de um conjunto de condições desfavoráveis. Ele era um bebê que foi abandonado e depois adotado por uma mulher com problemas mentais. Mais tarde, passou a ser agredido pelo namorado da mãe adotiva.
Com tal quadro, contraiu uma disfunção neurológica que o fazia rir a todo momento de instabilidade emocional.
Ainda assim, o acolhimento social poderia contribuir para a recuperação de Arthur Fleck, mas para isso as estruturas de acolhimento deveriam ser fortalecidas.
Afinal são estas condicionantes favoráveis que permitirão que o efeito apareça. Ou seja, tão importante quanto prender um criminoso, é favorecer o caminho da virtude. Para isso, precisamos de mais educação, tanto quanto de policiamento.
O foco do praticante de Kung Fu está nas condições para alcançar o efeito desejado e não focar no objetivo.
Para isso, é importante identificar os fatores que irão ajudar a alcançar o que queremos.
O simples querer não é poder. É preciso encontrar e saber explorar o potencial que uma situação oferece.
Educar os Arthur Flecks da vida a encontrar alternativas para a sua condição, é o papel da Instrução Kung Fu, termo cunhado pelo Prof. Peimin Ni.
É assim que eliminamos os Coringas, antes de eles nascerem.
E se assim fizermos, não precisaremos de super-heróis como Batman. Apenas de educadores com o poder de acolher aqueles com potencial de agredir a sociedade.
Um forte abraço e ate o nosso próximo encontro na Vida Kung Fu
Tag:aprender Kung Fu, kung fu