Menina de Ouro – A Fantasia do “Combate Real”
A Fantasia do “Combate Real”
Million Dollar Baby, no Brasil: Menina de Ouro, é um filme de 2004, dirigido pelo grande Clint Eastwood.
Este drama conta sobre um veterano treinador de boxe de Los Angeles que mantém quase todos a certa distância. Quando uma operária transferida de Missouri, chega ao seu ginásio em busca de ser uma grande boxeadora, ele fica relutante em treinar a jovem. Mas com o tempo, os dois passam a construir um vínculo muito forte, constituindo uma autêntica relação entre Mestre e discípula.
Contudo, um incidente transforma a vida dos dois.
Afinal, hoje o tema é a fantasia do “combate real”.
É sobre este assunto controverso que gostaria de compartilhar minhas opiniões neste nosso encontro na Vida Kung Fu.
A passagem que quero discutir do filme Menina de Ouro é o desfecho da luta pelo título mundial entre Maggie Fitzgerald e Billie “the Blue Bear”.
É um grande confronto em espaço confinado, onde ambas as boxeadoras se preparam para tal momento. Tudo muito claro, regras, local, tempo, condições climáticas.
Mas após o término de um assalto que terminou com ampla vantagem para Maggie, ela imaginando estar protegida pelas regras estabelecidas, se vira de costas para sua adversaria e vai em direção ao seu canto.
O que não era esperado era a reação de Billie que a golpeou quando Maggie estava vulneravel para a sua adversária.
Ela havia se preparado para o grande confronto dentro dos limites estabelecidos, mas não estava preparada para a reação humana da sua adversaria em subverter estas mesmas regras.
Esta é a fantasia do grande confronto. Imagina-se algo bem estabelecido como foi o Desembarque na Normandia no Dia D. Mas o exército americano sofreu muito por não ter tido nenhuma grande batalha decisiva na Guerra do Vietnam e decidiu deixar o território inimigo após um desgaste sem um confronto grandioso.
Maggie fantasiou que o combate havia sido interrompido pelo gongo e ela estava protegida pela ação do juiz conforme as regras acordadas pelas duas partes, visto que o que confronto era reconhecido por uma entidade internacional do esporte.
Mas ela confundiu o esporte de combate com a luta. Da mesma forma que muitos confundem luta com vida.
Neste contexto que é tão importante, entender a importância dos pequenos combates da vida, aqueles que são pouco valorizados, mas são decisivos.
São os combates, onde cada um de nós luta para vivermos nossa própria vida, que é onde, na minha opinião, reside a importância do Kung Fu.
E na vida não há regras, tudo é possível.
É claro que não estou falando para que você deixe de se submeter à lei do seu país, onde quer que esteja. Afinal esta é a arte da Vida Kung Fu. Conciliar a capacidade de viver sua própria vida, integrado na sociedade que vive.
E você?
Quais são suas fantasias com relação a luta?
Como você faz para conciliar sua integração social com a especificidade do seu modo de vida?
Deixe seus comentários
Um forte abraço e até o nosso próximo encontro na Vida Kung Fu.