O Reino Proibido – Explicando a estrutura de um Sistema de Kung Fu
Explicando a estrutura de um Sistema de Kung Fu
“O Reino Proibido” foi lançado no dia 18 de abril de 2008 nos EUA. Chamado originalmente de “The Forbidden Kingdom”, está obra teve o mérito de reunir dois grandes nomes do cinema chinês; Jackie Chan e Jet Li.
Eles tem um mesmo discípulo, o jovem Jason, que recebe interessantes ensinamentos dentro do sentido amplo de Kung Fu.
O que me chamou atenção foi o texto de John Fusco, o mesmo produtor da série Marco Polo da Netflix, aborda o entendimento do que é Kung Fu, particularmente o sistema de Kung Fu.
Agora vamos à discussão sobre as estruturas de um Sistema de Kung Fu, que será o tema deste nosso encontro na Vida Kung Fu.
O Reino Proibido é uma filme infanto-juvenil, mas que traz em seu roteiro pontos muito interessantes para o entendimento da Dimensão Kung Fu.
Vamos a eles:
No Kung Fu tem que treinar muito para conseguir habilidade. Até um pintor pode aprender Kung Fu. Ou o açougueiro que corta a carne todos os dias com tamanha destreza e nunca deixa a faca tocar o osso.
Aqui, começamos com o entendimento básico do que é Kung Fu. Associando o resultado ao esforço e à dedicação. Como exemplo, não sao usadas as Artes Marciais. Alias, é usada a parábola clássica do açougueiro Ding, usado por muitos para exemplificar o Kung Fu e o Sam Faat.
“Aprenda a forma, mas busque o disforme. Ouça o silencio. Aprenda tudo. Esqueça tudo.
Aprenda o caminho e depois encontre o seu próprio caminho.”
Esta parte fala sobre a estrutura de um sistema de Kung Fu, onde inicialmente temos a Fase Estruturada, Sau em chinês que levará a Fase Não-Estruturada, Lei. Para aprender Kung Fu, é preciso entender a lição silenciosa do sistema e acessar seus conteúdos e processos. Depois, na Fase Lei, é importante não se limitar ao que aprendeu para que possa exercer seu caminho.
“O músico pode aprender Kung Fu ou o poeta que pinta quadros com palavras que faz os imperadores chorarem. Isso também é Kung Fu.”
Aqui mais uma vez se reforça que o Kung Fu é muito mais do que as Artes Marciais. De fato, qualquer manifestação artística da atividade humana pode ser considerada Kung Fu.
“Mas não de nome, meu amigo, pois isso é como a água. Nada é mais suave que a água, mesmo assim ela derrota a pedra. Ela não luta. Ela flui ao redor do adversário. Disforme, sem nome.”
Mais um exemplo clássico, notabilizado por Bruce Lee no episódio de Longstreet e reprisado na chamada Lost Interview. E aqui exemplifica com clareza a Fase Lei de um sistema de Kung Fu, onde nem nome tem e por isso, muitas vezes não é identificado. Dai a ideia de que seguimos o nosso próprio caminho, mas de fato ele se mistura com o do próprio sistema. Agora o sistema e o praticante se misturam, daí a confusão de muitas pessoas com relação a comparação de estilos como se isso fosse possível.
“O verdadeiro mestre reside dentro de você. Só você poderá liberta-lo.”
Por fim, a ideia sempre enfatizada pelo Patriarca Moy Yat. Kung Fu não pode ser ensinado. Pode apenas ser aprendido. Assim, um mestre de Kung Fu apenas provê que o discípulo aprenda e não tenta ensinar em vão.
Como pode ser visto, o filme “O Reino Proibido” não é só uma aventura para jovens. Além de trazer, Jackie Chan e Jet Li juntos pela primeira vez, apresenta algumas passagens que podem ajudar o leigo a compreender melhor a Dimensão Kung Fu.
E você?
Você acha que Kung Fu é só Arte Marcial ou é muito mais?
Como você enxerga a relação entre um sistema de Kung Fu e o praticante?
É possível comparar o Kung Fu de duas pessoas?
Deixe seus comentários.
Um forte abraço e até o nosso próximo encontro na Vida Kung Fu!